Hoje, num domingo que ameaçou chuva mas nunca chegou a cumprir a ameaça, a filosofia das minhas coisas levou-me a António Gedeão, um dos meus poetas predilectos:
As coisas belas,
as que deixam cicatrizes na memória dos homens,
por que motivo serão belas?
E belas, para quê?
Põe-se o sol porque o seu movimento é relativo.
Derrama cores porque os meus olhos vêem.
Mas por que será belo o pôr do Sol?
E belo, para quê?
Se acaso as coisas não são coisas em si mesmas,
mas só são coisas quando coisas percebidas,
por que direi das coisas que são belas?
E belas, para quê?
Se acaso as coisas forem coisas em si mesmas
sem precisarem de ser coisas percebidas,
para quem serão belas essas coisas?
E belas, para quê?
Deixo a interpretação a cada um... essa é uma das coisas belas da poesia...
segunda-feira, março 02, 2009
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