quarta-feira, março 25, 2009

Projectos que nos projectam

Hoje, tal como ontem e como amanhã, estou empenhada num projecto que me projecta para além de mim.

Vou ser eu, sendo outro, e vou libertar a poesia que sempre me correu nas veias desde que me conheço como ser falante.

Desde as quadras simples, aos sonetos, aos poemas complexos da contemporaneidade, sempre tive poesia no sangue e na voz. Sempre senti cada verso como uma nota solta. Sempre compreendi as faces da poesia, seja ela escrita, falada, pensada, ou simplesmente vivida.

E é esta poesia que me faz estar assim, empenhada. Empenhada como não me via há já muito tempo...

E é este ser outro com poesia que me move a fazer o melhor possível e empenhar-me a fundo...

As pessoas que me rodeiam já não conseguem ouvir-me falar mais em poesia... porque cada expressão, cada frase, cada imagem me lembra um outro poema, um outro verso, um outro poeta.

Claro que há outros factores que ajudam a este empenho e euforia... o carinho, os pequenos momentos que se passam no dia a dia.

Hoje, Amanhã, e até ao final de Abril, a poesia e os momentos que são nossos povoarão o meu mundo... e o resto... o resto é uma pausa (às vezes demasiado longa) entre as estrofes.

sexta-feira, março 13, 2009

Minha música

Sempre sonhei que um dia alguém fizesse uma música para mim...
Uma música a que eu pudesse chamar minha, mesmo não sendo feita por mim...
Uma música como eu, um equilibrio nada equilibrado entre melodia e letra, e onde as palavras se seguissem naturalmente, sem falsos significados, mas longas metáforas.
Sempre sonhei com a minha música... eu que nem sequer canto bem... até que um dia percebi que todas as músicas que ouço são minhas... porque todas elas representam um pouco de mim... todas elas são eu, e eu estou em todas elas... se tiver o cuidado de me procurar.

E hoje encontrei-me nesta música... que não é a minha música, mas é minha...

Chama-se Malemolência, e além de minha, é de uma cantora chamada Céu, de um álbum homónimo.



terça-feira, março 10, 2009

Livro em branco

Há algum tempo que não fazia estes testes... e hoje apeteceu-me...

Ao que parece, sou um livro em branco...

quinta-feira, março 05, 2009

Estás aqui para ser feliz

Quando andava na escola, tinha uma professora que nos dizia sempre, no final da aula: “Até amanhã, e façam o favor de ser felizes”.

Hoje recordo essas palavras e essa professora como sábias. Sábias porque ensinavam que o importante era a felicidade. Sábias porque serviam tanto para o dia alegre, como para o olhar triste. Sábias porque até hoje regem as minhas acções na vida.

Hoje, a caminho de um quarto de século, tento ser feliz em cada pequeno gesto.

Hoje, o meu mundo é feito de carinhos, alegrias e paixão por tudo o que me rodeia.

Claro que, como qualquer pessoa, tenho momentos tristes… momentos que chegam perto do limiar da depressão… mas depressa me levanto, e olho para trás, e rio porque ainda não foi desta que me deitaram abaixo.

Lembrei-me hoje desta professora, que tanto influenciou a minha vida, ao ver um vídeo que me emocionou.

Até à próxima, e façam o favor de ser felizes, porque afinal, todos "estamos aqui para sermos felizes".

segunda-feira, março 02, 2009

Poema das coisas belas

Hoje, num domingo que ameaçou chuva mas nunca chegou a cumprir a ameaça, a filosofia das minhas coisas levou-me a António Gedeão, um dos meus poetas predilectos:

As coisas belas,
as que deixam cicatrizes na memória dos homens,
por que motivo serão belas?
E belas, para quê?

Põe-se o sol porque o seu movimento é relativo.
Derrama cores porque os meus olhos vêem.
Mas por que será belo o pôr do Sol?
E belo, para quê?

Se acaso as coisas não são coisas em si mesmas,
mas só são coisas quando coisas percebidas,
por que direi das coisas que são belas?
E belas, para quê?

Se acaso as coisas forem coisas em si mesmas
sem precisarem de ser coisas percebidas,
para quem serão belas essas coisas?
E belas, para quê?

Deixo a interpretação a cada um... essa é uma das coisas belas da poesia...