sexta-feira, outubro 20, 2006

Bye Panda

Bem... hoje que as coisas acalmaram já posso escrever qualquer coisa sobre o meu dia de ontem... que foi um dia para esquecer....

Resumidamente...

Lembram-se do meu panda igual a este:




Pois é... ficou assim:









O carro ficou desfeito, felizmente eu saí do acidente sem um único aranhão nem sequer uma pisadura, só umas dorzitas nos ombros e no pescoço (mas também é normal, andei aos peões e abanei isto tudo)... e eu que pensava que o meu carro não era muito seguro.

Agora de volta ao trabalho, que já perdi o dia ontem!
Beijos a todos

terça-feira, outubro 03, 2006

Musica



Esta música é fenomenal... A letra segue em seguida!!

Quase Perfeito
Donna Maria

Sabe bem ter-te por perto
Sabe bem tudo tão certo
Sabe bem quando te espero
Sabe bem beber quem quero

Quase que não chegava
A tempo de me deliciar
Quase que não chegava
A horas de te abraçar
Quase que não recebia
A prenda prometida
Quase que não devia
Existir tal companhia

Não me lembras o céu
Nem nada que se pareça
Não me lembras a lua
Nem nada que se escureça
Se um dia me sinto nua
Tomara que a terra estremeça
Que a minha boca na tua
Eu confesso não sai da cabeça

Se um beijo é quase perfeito
Perdidos num rio sem leito
Que dirá se o tempo nos der
O tempo a que temos direito

Se um dia um anjo fizer
A seta bater-te no peito
Se um dia o diabo quiser
Faremos o crime perfeito

segunda-feira, setembro 25, 2006

Viagens

Peço desculpa pela ausência de posts, mas no meio de viagens de trabalho, trabalho até dizer chega e, portanto, 12/13 hrs por dia fora de casa, o tempo e a paciência não tem sido muito para escrever.

Ontem, quando fui almoçar, aproveitei para fazer a digestão a passear pela livraria Bertrand.... ERRO!!! Eu já devia saber que não consigo entrar numa livraria sem comprar um livro.... mas pronto... foi uma boa compra: "Obra Poética", de António Gedeão... um (se não "o")dos meus poetas preferidos.... prometo qualquer dia colocar o poema que mais gostar do livro.

Agora estou no trabalho, não posso escrever mais, mas fica a promessa de quando chegar a casa hoje ou amanhã, publico novo post com as fotos da minha viagem a Londres (Fotos tiradas nas viagens de taxi entre um sítio e o outro, já que estive lá a trabalhar - infelizmente - e não a passear)

Hasta la Pasta

terça-feira, setembro 05, 2006

Oh Happy days

Título: sarcástico....

Hoje estou num daqueles dias em que não me apetece fazer nada.... sinto-me cansada, triste e desanimada... e sem razão nenhuma.... o que me vale são as viagens de aveiro para oliveira de frades e volta... dá-me tempo para descarregar os sentimentos no acelarador (e não, não descarrego demasiado - sou doida mas não sou maluca)....

Hoje o dia na empresa é de estudo.... estudo de programação.... ASP e Javascript misturados (e programados a dedo)... amanhã, volta a ser dia de design (e eu que sempre deixei o design para os outros... que dizia que não tinha jeito, que não gostava, que não sabia nem queria saber nada de design....).

Hoje deixo aqui a letra de uma música de um senhor que me tem acompanhado nas viagens de ida e volta... e que bela companhia (musical, note-se).

Home
Michael Bublé

Another summer day
Has come and gone away
In Paris and Rome
But I wanna go home

Maybe surrounded by
A million people I
Still feel all alone
I just wanna go home
I miss you, you know

And I've been keeping all the letters that I wrote to
you
Each one a line or two
"I'm fine baby, how are you?"
Well I would send them but I know that it's just not
enough
My words were cold and flat
And you deserve more than that

Another airplane
Another sunny place
I'm lucky I know
But I wanna go home
I've got to go home

Let me go home
I'm just too far
From where you are
I wanna come home

And I feel just like I'm living someone else's life
It's like I just stepped outside
When everything was going right
And I know just why you could not
Come along with me
But this was not your dream
But you always believed in me

Another winter day has come
And gone away
And even Paris and Rome
And I wanna go home
Let me go home

And I'm surrounded by
A million people I
Still feel alone
Let me go home
I miss you, you know

Let me go home
I've had my run
Baby, I'm done
I gotta go home

Let me go home
It all will be alright
I'll be home tonight
I'm coming back home

segunda-feira, setembro 04, 2006

Sorte... ou consequência de esforço


Nos últimos tempos toda a gente se espanta com a sorte que eu tive.... e a verdade é que realmente tive muita sorte... mas para isso é preciso explicar tudo do início....

No dia 18 de Agosto ligaram-me de uma empresa, porque tinham visto o meu currículo no GESP e tinham gostado muito, e como estavam a procura de um(a) WebDesigner, resolveram contactar-me para marcar uma entrevista... E eu aceitei ir à entrevista (na 3ª feira a seguir, isto é, dia 22 de Agosto.....

Quando estive na entrevista, estenderam à minha frente um óptimo trabalho para um recém licenciado:

- 800€/mês
- Contrato de um ano (e após esse ano haver renegociação salarial e passar a efectiva nos quadros da empresa)
- Formação futura
- Possibilidade de viagens ao estrangeiro

mas apresentaram-me logo 1 senão:
- teria de começar na 2ª feira seguinte
- tinha de trabalhar como uma moura

Ora, como trabalhar nunca me assustou, achei que era uma oportunidade de ouro... e não é que no dia seguinte me ligam a dizer que, de entre os 36 candidatos, eu tinha sido a escolhida?.... e eu aceitei, apesar da empresa ser em oliveira de frades e eu ter de fazer 100 km por dia de aveiro lá e de lá para aveiro....

O porquê do título????

é simples, é que esta empresa é uma multinacional portuguesa, com fábricas por toda a europa, e com uma reputação impressionante no mercado.... podem ver o site actual aqui, e agora toda a gente diz que eu tive uma sorte dos diabos....


e a verdade é que a tive... só não sei se lhe hei-de chamar sorte ou consequência do esforço para ser sempre o melhor possível durante a minha vida toda....

Isso, se foi realmente sorte.... só o saberei mais tarde.... ainda só passou 1 semana...








Esta imagem foi o resultado da minha primeira experiência... ou melhor... brincadeira, com o Adobe Ilustrator...

quinta-feira, julho 27, 2006

Bertolt Brecht

Não sabia o que havia de escrever... aqui está um poema de Bertolt Brecht que eu acho simplesmente.... genial... e me apetecia lê-lo a muita gente.

"Sente-se.
Está sentado?
Encoste-se tranquilamente na cadeira.
Deve sentir-se bem instalado e descontraído.
Pode fumar.
É importante que me escute com muita atenção.
Ouve-me bem?
Tenho algo a dizer-lhe que vai interessá-lo.

Você é um idiota.

Está realmente a escutar-me?

Não há pois dúvida alguma de que me ouve com clareza e distinção?
Então Repito: você é um idiota. Um idiota.
I como Isabel;
D como Dinis;
outro I como Irene;
O como Orlando;
T como Teodoro;
A como Ana.
Idiota.

Por favor não me interrompa.
Não deve interromper-me.
Você é um idiota.
Não diga nada.
Não venha com evasivas.
Você é um idiota.
Ponto final.

Aliás não sou o único a dizê-lo.
A senhora sua mãe já o diz há muito tempo.
Você é um idiota.
Pergunte pois aos seus parentes.
Se você não é um idiota...
claro, a você não lho dirão, porque você se tornaria vingativo como todos os idiotas.
Mas os que o rodeiam já há muitos dias e anos sabem que você é um idiota.
É típico que você o negue.
Isso mesmo: é típico que o Idiota negue que o é.
Oh, como se torna difícil convencer um idiota de que é um Idiota.
É francamente fatigante.
Como vê, preciso de dizer mais uma vez que você é um Idiota e no entanto não é desinteressante para você saber o que você é e no entanto é uma desvantagem para você não saber o que toda a gente sabe.
Ah sim, acha você que tem exactamente as mesmas ideias do seu parceiro.
Mas também ele é um idiota.
Faça favor, não se console a dizer que há outros Idiotas: Você é um Idiota.
De resto isso não é grave.
É assim que você consegue chegar aos 80 anos.
Em matéria de negócios é mesmo uma vantagem.
E então na política!
Não há dinheiro que o pague.
Na qualidade de Idiota você não precisa de se preocupar com mais nada.
E você é Idiota

(Formidável, não acha?)"

Bertolt Brecht

terça-feira, julho 18, 2006

Aniversário

Bem... parece que estou um ano mais velha... e toda a gente me dá os parabéns como se o dia de aniversário fosse a melhor coisa do mundo... e é... é o dia em que deixo, matematicamente, de ter a idade x para ter a idade x+1... isso, porque é só o meu 22º aniversário... porque daqui a uns anos sou capaz de dizer que o dia dos meus anos vai ser o meu pior pesadelo, e que a minha idade, a cada ano que passa, passa a ser x=x...

Mas por enquanto ainda posso dizer, com algum orgulho, que estou mais crescida hoje... pelo menos no BI...

Ainda comemoro o meu aniversário, mas não podia deixar de aqui colocar um poema de Álvaro de Campos, que mostra que até no dia do nosso aniversário podemos sofrer...

Aniversário

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a.olhar para a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho... )
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos ...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas, o resto na sombra debaixo do alçado,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos. . .

Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira! ...

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...

Álvaro de Campos

segunda-feira, julho 03, 2006

Ele há dias em que mais valia não acordar

Realmente, ele há dias em que mais valia não acordar...

Hoje foi um deles... depois de adormecer e acordar quando já devia estar a trabalhar, ser abordada por alguém que não está no seu perfeito juízo a gritar connosco e estar tão a dormir que nem se tem reacção, finalmente cheguei ao trabalho e só me segurei a café...

Sim, porque além de tudo isto, hoje acordei já cansada... sonhei toda a noite com coisas estúpidas que não lembram nem ao diabo... mas isso eu já estou acostumada... agora a da velha a apanhar-me ao pé de minha casa, meia a dormir (para não dizer completamente a dormir), e começar a gritar comigo como se eu quisesse fazer-lhe mal... isso é que a mim me deixou logo com os azeites... e quando eu estou com os azeites, não há ninguém que me ature...

A minha sorte é que amanhã será um dia melhor... espero...


"O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço."

 Álvaro de Campos, "O que há em mim é sobretudo cansaço"

segunda-feira, junho 12, 2006

Há muito muito tempo


Há muito muito tempo que não via um jogo da selecção com os meus amigos, acompanhado de cerveja e tremoços...
Há muito muito tempo que não tinha umas horinhas para estar simplesmente comigo sem pensar em nada...
Há muito muito tempo que não recordava os tempos da infância, e das travessuras em casa dos meus avós...
Há muito muito tempo qu não falava com alguém que está longe...
Há muito muito tempo que não escrevia neste Blog...

e isto aconteceu tudo desde 3ª até hoje :)

quarta-feira, março 01, 2006

Mário de Sá-Carneiro

Há um poema de que gosto muito, de Mário de Sá-Carneiro, que acho que retrata muito bem algumas situações muito presentes na vida de uma pessoa... as alturas em que sentimos que era só mais um bocadinho de esforço e conseguiriamos alcançar a lua, mas não conseguimos... estivemos... Quase...















Quase

Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...


Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num baixo mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dor! - quase vivido...


Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim - quase a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!


De tudo houve um começo... e tudo errou...
- Ai a dor de ser - quase, dor sem fim... –
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou...


Momentos de alma que desbaratei...
Templos aonde nunca pus um altar...
Rios que perdi sem os levar ao mar...
Ânsias que foram mas que não fixei...


Se me vagueio, encontro só indícios...
Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios...


Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...


............................................................
............................................................


Um pouco mais de sol - e fora brasa,
Um pouco mais de azul - e fora além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Segunda feira

Sempre me irritaram as segundas feiras...
Porque penso no fim de semana que passou, porque penso que há uma semana de trabalho pela frente... porque às 9h30 tenho de estar desperta e pronta para mais um dia de trabalho...
Porque... por tudo... simplesmente irritam-me...
E esta está a ser especialmente dolorosa, porque penso que, sendo amanhã feriado, podia estar no quentinho da minha cama todo o dia, e vim para este gelo que é a rua...
E venho para o trabalho... e pior... em vez de estar a ser de alguma maneira produtiva, estou para aqui a escrever no blog... quando podia estar a dormir um fantástico sono, daqueles que se dormem nos dias em que não há nada para fazer... daqueles em que se fica na "sorna" todo o dia sem nos preocuparmos com as horas, com trabalho, com prazos, com a casa para arrumar...

Ai.........


Nunca mais chega a sábado outra vez...

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Cavaleiro Andante....

Num momento de nostalgia faz sempre bem ouvir umas "velhinhas" músicas portuguesas... aqui vai uma das grandes letras de música portuguesa...

A música é de Rui Veloso, a letra, de Carlos Tê... e chama-se "Cavaleiro Andante":

Porque sou o cavaleiro andante
Que mora no teu livro de aventuras
Podes vir chorar no meu peito
As mágoas e as desventuras

Sempre que o vento te ralhe
E a chuva de maio te molhe
Sempre que o teu barco encalhe
E a vida passe e não te olhe

Porque sou o cavaleiro andante
Que o teu velho medo inventou
Podes vir chorar no meu peito
Pois sabes sempre onde estou

Sempre que a rádio diga
Que a américa roubou a lua
Ou que um louco te persiga
E te chame nomes na rua

Porque sou o que chega e conta
Mentiras que te fazem feliz
E tu vibras com histórias
De viagens que eu nunca fiz

Podes vir chorar no meu peito
Longe de tudo o que é mau
Que eu vou estar sempre ao teu lado
No meu cavalo de pau

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Primeiro Post

Para primeiro post, decidi que o melhor seria começar rebelde, por isso aqui vai um poema desse grande senhor, dessa grande Pessoa:

LIBERDADE

Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que istoÉ Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...

Fernando Pessoa